Melhor do que nada
29/02/2008
Quem acredita ser possível o Congresso aprovar uma reforma tributária perfeita, que agrade a gregos e troianos, morrerá sentado, esperando por um milagre. Se até agora não foi possível aprovar a reforma tributária defendida em todas as campanhas eleitorais é porque ninguém quer perder. Cada setor tem a sua fantasia com as mudanças no sistema tributário e faz de tudo para não ter prejuízo.
A proposta que o governo entregou ontem ao Congresso é um arremedo de reforma, não reduz a carga tributária em geral, como deseja a maioria dos brasileiros, nem desonera significativamente a folha de pagamento, condição para reduzir a informalidade no mercado de trabalho. É, porém, um começo e como tal deve ser saudada.
Se o Congresso conseguir unificar a legislação do ICMS, simplificar o sistema de arrecadação de impostos e acabar com a guerra fiscal, já estará dando um grande passo. O problema é que mesmo essa proposta imperfeita corre o risco de ser mutilada no Congresso.
Antes mesmo de o projeto sair do Palácio do Planalto começou a ser depenado por pressões corporativas. Os sindicalistas fizeram valer seu bom trânsito com o presidente Lula e garantiram o expurgo da redução da contribuição patronal para o INSS. Outras mudanças, garante o governo, serão propostas ao Congresso por meio de projeto de lei. Antes de acreditar, é melhor pagar para ver o que sobreviverá do que está nas mãos de deputados e senadores.
Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora
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