Exportação gaúcha cresce só 0,8% em janeiro
12/03/2008
Desempenho é 11 vezes inferior ao registrado por todo o setor industrial do Rio Grande do Sul. O desnível foi detectado pela Fiergs
As indústrias gaúchas de transformação voltadas para as exportações tiveram em janeiro um resultado 11 vezes inferior ao registrado por todo o setor industrial gaúcho. Enquanto o nível de atividade da indústria do Rio Grande do Sul cresceu 9,1%, o desempenho das empresas exportadoras aumentou apenas 0,8%. O desnível foi detectado no Índice de Desempenho Industrial das Exportadoras, divulgado ontem pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre.
A principal variável que contribuiu para o baixo resultado das principais exportadoras foi a queda de 23,9% nas horas trabalhadas na produção, enquanto todo o setor teve elevação de 6,1% nesse indicador. 'É uma sinalização que traz preocupação, pois indica que, no curto e médio prazos, o desemprego pode aumentar, principalmente nos setores mais intensivos em contratações', alerta Tigre.
O presidente da Fiergs destacou que, apesar do crescimento do volume exportado nos últimos meses, a situação das empresas é frágil. 'Em muitos casos, há diminuição da margem de lucro e comprometimento de investimentos futuros', lamentou o industrial.
As vendas também reforçaram a diferença entre o desempenho global da atividade industrial e o das empresas exportadoras. Para o setor em geral, houve aumento de 12%. No segundo caso ficou em 5,3%, O mesmo aconteceu com o pessoal ocupado, com crescimento de 4,5% (setor industrial) ante 1,5% (apenas as empresas mais voltadas ao mercado exterior). A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria teve elevação de 1,2% e atingiu o grau médio de 85,86%, o maior da série histórica para o período, desde 2003. No entanto, as empresas exportadoras seguem atrás, com alta de apenas 0,1%.
'Para que o desempenho das indústrias ocorra de forma disseminada são necessárias mudanças profundas, que devem vir de uma reforma tributária e de uma política industrial', afirma Tigre. Para diminuir os custos empresariais, ele salienta como fundamentais os investimentos do governo em infra-estrutura e logística. Outro ponto imprescindível, salientou, é é agregar valor aos produtos por meio de pesquisa, inovação e tecnologia.
Fonte: Correio do Povo
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