Piratini exonera cargos em comissão
21/03/2008
Deputados aliados terão preferência nas indicações de CCs
Num esforço para agradar a deputados estaduais aliados, o governo Yeda Crusius reacomodou indicações políticas na máquina pública. Apenas na edição de ontem, o Diário Oficial registrou a exoneração de 72 ocupantes de cargos em comissão (CCs) em cinco secretarias.
As mudanças fazem parte do novo mapa de CCs desenhado pelo chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, e pelo secretário-geral, Delson Martini. A primeira tarefa é identificar os ocupantes de CCs sem vinculações políticas, ou seja, sem padrinhos. Os cargos passarão a ser preenchidos a partir de indicações de deputados.
O Piratini tem o entendimento de que é necessário agradar aos aliados na Assembléia, responsáveis por garantir a aprovação dos projetos do governo. O líder do governo na Assembléia, Márcio Biolchi (PMDB), é responsável por receber as indicações e conciliar as reivindicações.
Na primeira divisão de cargos da atual administração, houve maior participação dos secretários nas indicações em relação aos deputados. A intenção agora é comprometer os aliados por meio da oferta de cargos.
- A gente quer que a base se sinta representada, com pessoas qualificadas e sem prejuízos às atividades - afirma Martini.
Segundo Busatto, o novo mapa vai acabar com as desconfianças entre aliados em relação à fatia de cada um no bolo das indicações. No Executivo, há 2.350 matrículas de CCs. Os secretários não souberam informar o número de vagas ocupadas, nem quantas serão remanejadas.
As mudanças, porém, constrangem os secretários. O titular da Agricultura, João Carlos Machado, disse ontem que a pasta está fazendo uma "reestruturação" para "reduzir custos" e que alguns exonerados poderão ser readmitidos.
Para secretário da Saúde, exonerações são de rotina
A Agricultura teve o maior número de demissões no Diário Oficial: 23 na própria pasta e nove no Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga). No início do mês, a secretaria já havia exonerado cerca de 50 indicados. No total, a pasta tem mais de 200 CCs.
Na Saúde, a dança das cadeiras atingiu 18 dos cerca de 180 CCs. O secretário Osmar Terra afirmou que as exonerações são "de rotina" e que outras pessoas serão admitidas.
- É troca de pessoal. Nada excepcional. O critério de demissão pode ser técnico ou político, inclusive - desconversou Terra.
O que são CCs
- É a vaga no serviço público ocupada por pessoas convidadas por autoridades dos três poderes para funções de direção ou assessoramento sem que, para isso, precisem prestar concurso público ou mostrar preparo técnico.
Fonte: Zero Hora
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