À PF, suspeito dá detalhes sobre fraude
26/03/2008
Versão de ex-secretário da Fatec contraria depoimentos à CPI
Na segunda-feira, um indiciado da Operação Rodin que fez revelações explosivas à Polícia Federal (PF) prestará depoimento à CPI do Detran na Assembléia.
Silvestre Selhorst terá oportunidade de repetir aos deputados detalhes que contrariam as versões sustentadas à comissão por Carlos Ubiratan dos Santos e Flavio Vaz Netto, ex-diretores-presidentes do Detran. Cópias do depoimento foram obtidas por deputados da CPI junto à PF, mediante autorização da Justiça.
As informações que o ex-secretário executivo da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) deu em seu terceiro depoimento à PF, em novembro do ano passado, indicam que Ubiratan e Vaz Netto saberiam que as fundações que prestavam serviço ao Detran haviam subcontratado empresas. Além disso, o depoimento, que ocupa 11 páginas, revela que os dois ex-dirigentes da autarquia teriam se beneficiado do esquema por meio do recebimento de propina. Durante suas gestões, entre 2003 e novembro de 2007, Ubiratan e Vaz Netto teriam atuado ativamente para manter o esquema que, segundo a força-tarefa da Rodin, lesou o erário em cerca de R$ 40 milhões.
À CPI, Ubiratan disse que somente meses depois de assinar o contrato com a Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) soube que empresas de "suporte" haviam sido contratadas pela fundação. Por diversas vezes repetiu aos deputados que as relações da Fatec com as subcontratadas não eram problema dele nem tinham sua ingerência. Vaz Netto disse à CPI que a presença de sistemistas no contrato com a Fatec foi um dos motivos para a troca daquela entidade pela Fundação para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae). Durante sete horas de depoimento, Vaz Netto sustentou desconhecer completamente a ligação de subcontratadas com a Fundae.
Fonte: Zero Hora
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