Salários em dia, mas crise longe do fim
26/03/2008
Depois de 12 meses parcelando parte da folha de pagamento do funcionalismo, Piratini anuncia liberação integral dos salários em março e afasta risco de voltar a recorrer aos atrasosO vigor da economia, somado à expansão da receita e a uma rotina de enxugamento de gastos, fez a governadora Yeda Crusius voltar a pagar o salário dos servidores do Executivo em dia um ano depois do primeiro atraso.
Coube ao secretário da Fazenda, Aod Cunha, anunciar que a folha de pessoal de março será paga integralmente até o dia 31. Em viagem ao Canadá, Yeda fez questão de dar a boa notícia ao gravar seu programa semanal na Rádio Piratini.
- Ainda temos muito a fazer, mas essa é uma das maiores demonstrações de que estamos no caminho certo - disse Yeda.
Ao revisar as projeções de ICMS no final da manhã de ontem, Aod ligou para Yeda e para o governador em exercício, Paulo Feijó, à tarde.
- Com a arrecadação dos últimos dias e o cenário futuro, podemos assumir esse compromisso - afirmou Aod, ressaltando a preocupação de anunciar o fim do parcelamento somente quando não houvesse risco de recorrer à prática novamente.
Segundo Aod, medidas de combate à sonegação da Fazenda e o crescimento da economia devem gerar um aumento de R$ 900 milhões na arrecadação de ICMS em 2008. Considerando-se também o corte de despesas, o dinheiro para a folha do funcionalismo fica garantido até o final do ano. A liberação em agosto da primeira parcela dos reajustes salariais concedidos e não pagos pelo governo Antônio Britto (1995-1998) está prevista nesse cenário.
- Se não ocorrer nenhuma hecatombe, a folha ficará em dia daqui para frente - relatou Aod.
Para bancar a despesa de pessoal, o governo terá de fazer novo saque no caixa único de até R$ 77 milhões em março, o que indica que a crise está longe do fim. Em 2007, o Executivo retirou mais de R$ 800 milhões. Conforme Aod, a diferença é que antes nem mesmo o caixa único era suficiente para garantir a folha em dia.
- É um sinal positivo, mas houve muitos cortes. O governo não está aplicando os valores exigidos pela Constituição em saúde - afirmou o especialista em finanças públicas, Darcy Carvalho dos Santos.
A partir de agora, o maior desafio do governo é devolver ao fundo previdenciário do Estado R$ 403 milhões que serviram para pagar o 13º salário do funcionalismo, em dezembro. O valor será depositado em parcelas entre maio e outubro. Outro problema é garantir o 13º salário no final deste ano.
Fonte: Zero Hora
|
|