Nem tão simples assim
03/04/2008
Paulo Afonso Feijó deixou o comando do Palácio Piratini, depois de aprender, nos 45 minutos do segundo tempo, que na administração pública não basta o querer. Inexperiente na arte da política e acostumado ao mundo das empresas privadas, Feijó acabou impedido pela máquina administrativa e pela falta de posição definitiva do governo sobre o assunto no episódio de reapresentação do projeto do Simples Gaúcho. Deu tempo de pôr em prática a operação abafa, coordenada pelos bombeiros de plantão, Cézar Busatto, chefe da Casa Civil, e Delson Martini, secretário-geral de Governo. Foi possível evitar o atrito com a governadora Yeda Crusius, mas o vice acabou antecipando a discussão. Agora, a bola passa novamente às mãos da tucana.
EM DISCUSSÃO
Parte do Simples Gaúcho, que garantia isenção de ICMS para pequenas e médias empresas, integrava o Plano de Recuperação do Estado, derrotado na Assembléia. Piratini ainda analisa alternativa.
DUAS FRENTES
Há quem diga que Busatto e Martini tiveram mais trabalho para acalmar a governadora do que para demover Feijó no episódio de reapresentação do projeto do Simples Gaúcho. Foi difícil.
FEZ BONITO
Os 14 dias de Feijó no comando do Estado foram marcados pelo diálogo. Como resultado, conseguiu unir a base, os mais que independentes Dem e PDT, e quebrou o gelo com a oposição. Novato na política, como ele mesmo se denomina, Feijó deu exemplo no período em que passou pelo Piratini. Contou com a inexperiência como aliada, pois não teve tempo de incorporar antigos ranços.
O RETORNO
A transferência do cargo de Feijó para a governadora Yeda Crusius ocorreu às 16h, no gabinete, em conversa de cerca de 30 minutos. Estavam presentes os secretários Cézar Busatto, Delson Martini e o chefe de gabinete Carlos Breda. A tucana aproveitou o encontro para fazer relato da viagem e Feijó não perdeu a oportunidade de explicar o episódio do Simples Gaúcho. Não deixaram margem para desentendimento.
Fonte: Panorama Político - Correio do Povo
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