Novo piso eleva pressão por Simples gaúcho
09/05/2008
Empresários buscam compensação por alta do mínimo regional com volta de programa de isenção Para compensar a alta de 10,62% (mais arredondamentos) no piso regional, entidades empresariais vão reforçar a batalha pela retomada do Simples gaúcho, programa de isenção de impostos para micro e pequenas empresas, extinto em julho de 2007. Ontem, empresários reagiram de forma indignada ao aumento proposto pelo governo, que teve a aprovação de centrais sindicais e deputados.
- Fiquei estarrecido com o reajuste. É um desastre político. Por que o governo não concede esse índice a policiais militares e professores? - indagou o presidente da Federação das Associações Comerciais e de Serviços (Federasul), José Paulo Cairoli.
Entregue ontem no final da tarde à Assembléia Legislativa, o projeto do novo mínimo gaúcho prevê valores entre R$ 477,40 e R$ 519,20 divididos em quatro faixas, que variam conforme o segmento econômico do trabalhador. Segundo Cairoli, o piso atinge apenas os micro e pequenos negócios, já que as grandes empresas costumam negociar salários por meio de sindicatos. Por isso, o dirigente defendeu uma mobilização para a volta do Simples gaúcho, o que compensaria a elevação de custos na folha de pagamento. O programa isentava o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de empresas com faturamento bruto anual R$ 240 mil. Cairoli considera difícil convencer os deputados a reduzir o reajuste proposto pelo governo.
- Não vou negociar mudança de índice. Hoje, tem espaço grande para aprovar o Simples - disse.
Índice reflete desempenho da economia gaúcha, diz Busatto
A Federasul ganhou a companhia do vice-governador Paulo Afonso Feijó, ex-presidente da entidade, nas críticas à proposta do Piratini (veja entrevista ao lado). Paulo Tigre, presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), reforçou o coro.
- É um índice absurdamente alto, um valor acima de qualquer dissídio. Vai prejudicar as empresas que tiveram o Simples gaúcho negado. Serão penalizadas duas vezes - disse Tigre.
Em nota oficial, o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, afirmou ontem que o "percentual reflete o bom desempenho da economia gaúcha", que cresceu de 9,8% no primeiro trimestre. "Por razões que respeitamos, as representações empresariais não quiseram legitimar a discussão. No entanto, sempre enfatizamos a estes líderes a importância de sua presença", destacou.
O piso nos Estados *
Rio Grande do Sul
Reajuste em 2008** - 10,62% (mais arredondamentos)
Faixas** - quatro, entre R$ 477,40 e R$ 519,20, conforme o segmento econômico do trabalhador
São Paulo
Reajuste em 2008 - 9,76% (para o menor piso)
Faixas - três, entre R$ 450 e R$ 505
Rio de Janeiro
Reajuste em 2008 - 10,7%
Faixas - nove, entre R$ 447,25 e R$ 1,2 mil, essa apenas para advogados e contadores empregados. O reajuste vale desde 1º de janeiro.
Paraná
Reajuste em 2008 - 15,27%
Faixas - seis níveis, entre R$ 527 e R$ 547,80
* Somente Estados com piso para trabalhadores da iniciativa privada
** Pela proposta enviada à Assembléia Legislativa
1 milhão de beneficiados:
O piso regional atinge 760 mil ocupados com e sem carteira e 260 mil empregados domésticos. Total: 1,020 milhão de trabalhadores
Fonte: Zero Hora
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