Fato consumado
10/05/2008
Somente na época da discussão dos pacotes que previam aumento de impostos, a relação dos líderes empresariais com o Palácio Piratini esteve mais tensa do que agora, com a proposta de aumento de 10,62% para o piso salarial estadual. O alvo da ira dos empresários é o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, que comandou as negociações e ajudou a convencer a governadora Yeda Crusius de que se o Piratini não propusesse um índice superior ao da inflação a Assembléia acabaria melhorando o índice e a oposição colheria os frutos.
O presidente da Fiergs, Paulo Tigre, considerou desastrosa politicamente a forma como o governo negociou o projeto do piso salarial, porque ignorou as ponderações das federações empresariais de que pode haver aumento do desemprego e da informalidade, sobretudo nas microempresas. Tigre fez uma cobrança dura à governadora por ter acenado aos empresários com um reajuste de 5,5% e concordado com os 10,62%.
Mesmo indignado com o aumento, Tigre não quer vincular a pressão pela volta do Simples gaúcho ao aumento do piso:
- Mesmo sem esse aumento, lutaríamos pelo Simples para garantir a sobrevivência das microempresas.
Os empresários também não vão montar acampamento na Assembléia, como fizeram à época do pacote, para tentar impedir a aprovação do aumento. Sabem que se trata de uma causa perdida e que não vale a pena comprar briga com os sindicalistas que lotarão as galerias na votação do projeto.
Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora
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