Ataque ao contrabando
18/06/2008
A prisão pela Polícia Federal de dezenas de suspeitos de envolvimento no Rio Grande do Sul em contrabando de artigos de informática e eletroeletrônicos, entre outros, de países do Mercosul significa um alento para quem produz e paga seus impostos em dia. Além de estar na origem do crime organizado, que se aproveita das facilidades das comunicações e da falta de ética para se disseminar até mesmo por instituições como as policiais, esse é o tipo de prática que impõe prejuízos econômicos generalizados. Só essas duas razões já seriam suficientes para justificar a necessidade de um combate sem trégua ao problema, particularmente num Estado geograficamente propício a se transformar em rota do comércio ilegal de tudo, incluindo armamento e droga.
Embora seja uma das maiores, a quadrilha desarticulada agora não é a única, o que deveria motivar os organismos policiais a continuarem insistindo em ações voltadas para desmontar esse tipo de esquema criminoso. Sem uma estrutura de repressão coesa, esse é o tipo de problema que irá se ramificar cada vez mais, incorporando adeptos tanto na sociedade quanto em instituições voltadas para defendê-la. Por isso, é importante que também o consumidor faça sua parte, recusando-se a se deixar levar apenas pela vantagem aparente do menor preço.
Não é justo que a indústria gaúcha, já às voltas com dificuldades de toda ordem, como carga fiscal excessiva e taxa cambial defasada no caso dos exportadores, ainda precise se defrontar com a concorrência desleal. O problema se agrava no momento em que, depois de contornar em parte os prejuízos de sucessivas safras frustradas, o Estado vem conseguindo expandir sua economia acima da média nacional.
Além de lidar com produtos de qualidade duvidosa, que entram no país por meio de quadrilhas como a desfeita agora, uma atividade ilegal como o contrabando não gera emprego, nem imposto, nem riqueza. Serve apenas para o enriquecimento de gangues criminosas que prejudicam a economia formal e acirram ainda mais a criminalidade.
Fonte: Editorial de Zero Hora
|
|