Combate às causas
01/07/2008
Quem acredita que a corrupção é produto da combinação do financiamento privado de campanhas com o loteamento de cargos entre aliados políticos está em boa companhia: até o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Carlos Ayres Britto, concorda com essa premissa. No Painel RBS que abordou o tema Os desafios da ética, Ayres Britto disse que "assaltar o erário é fazer da caneta um pé-de-cabra". E acrescentou:
- O ladrão número 1 é o administrador corrupto.
A condenação ao financiamento privado de campanhas não foi unânime no painel. O diretor executivo da ONG Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, advertiu que seria um erro proibir o financiamento privado, o que acabaria aumentando o volume de recursos de caixa 2.
Em um ponto crucial os quatro participantes do painel - Ayres Britto, Abramo e os empresários Anton Karl Biedermann e Luiz Fernando Cirne Lima - concordaram: ética não se aprende na escola. O bom exemplo conta mais e começa em casa. Também não basta que o país aprove leis e mais leis se o cidadão não tiver a percepção de que, se desrespeitar as regras, sofrerá punição. Em vez de atacar as conseqüências, é preciso identificar as causas dos desvios de conduta.
Um dos pontos mais interessantes do painel foi a discussão sobre a falência dos mecanismos de controle que deveriam servir como inibidores de desvios na administração pública. Questionou-se a eficiência dos tribunais de contas e a forma como são preenchidas as vagas de ministros e conselheiros, a maioria por meio de indicações políticas. Abramo radicalizou:
- O Tribunal de Contas da União avançou, mas
Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora
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