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Perspectivas econômicas e inflação, por Paulo Afonso Feijó

10/07/2008
A economia do Estado vai bem, impulsionada pelos setores agrícola e exportador, justamente - e não por acaso! - os de menor carga tributária. A safra gaúcha 2006/2007 cresceu em torno de 10% em relação à anterior e deve-se manter estabilizada em 2007/2008, ao redor de 23 milhões de toneladas, níveis históricos, segundo dados da Conab. Os preços também ajudam o setor. As vendas externas de soja, um dos principais itens da nossa pauta de exportação, cresceram 65% nos cinco meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, e 56% do crescimento deve-se à alta dos preços. O setor público, valendo-se do efeito multiplicador da renda aos demais setores, experimentou, nos mesmos cinco meses do ano, um incremento da receita do ICMS de 21,4%, vis a vis o mesmo período do ano passado, e de 23,8% em comparação ao do último ano do governo Rigotto, também no mesmo período, e em que havia o tarifaço sobre combustíveis, energia e comunicações. Mas esse bom cenário pode ser embaçado em futuro próximo pela má atuação do governo central. Ele está usando um dos mais perigosos artifícios para estimular a economia: a inflação da moeda. O Banco Central do Brasil costuma enxugar em janeiro os excessos de liquidez que são injetados em dezembro, mês em que a demanda por moeda aumenta por conta das festas natalinas e de fim de ano. Mas, paradoxalmente, neste ano temos informação de que ele fez o oposto: em vez de reduzi-la, aumentou-a (de 27,1% em dezembro, para 30,3% em janeiro). Inevitavelmente, não há como evitar que essa enxurrada de dinheiro deságüe nos preços, haja vista o IGP-DI/FGV de maio: cresceu 12,14% em doze meses. Os maus governos gostam da inflação. Ela eleva artificialmente os níveis de renda e dos gastos públicos. Ignoram que têm que revertê-los com a regressão inflacionária. Mas muitos não ligam porque não costumam enxugar os gastos. A alta da inflação da década de 1980 confirma essa assertiva. Lembro que, na época do Plano Real, quando a inflação foi revertida (1994), o setor privado logo adaptou-se, reduzindo os gastos, mas o setor estatal manteve-os no mesmo patamar. Para fazer isso, porém, foi preciso trocar o imposto inflacionário pelo tributário. O procedimento cortou a renda do setor privado, causando uma das maiores crises de crescimento da história brasileira e que persiste há quase duas décadas. Temos que evitar a volta do monstro inflacionário e os seus efeitos deletérios na economia. Uma das maneiras é alertando o Bacen (BC) para o derrame monetário que vem causando. Se formos bem-sucedidos, isso vai evitar que o setor privado venha a ser acusado, como já ocorreu na década de 1980, por algo que não é da sua competência, nem do seu controle: a inflação.

Paulo Afonso Feijó


Fonte: Jornal do Comércio

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