O impacto do troca-troca
30/07/2008
Com 16 trocas de secretários até agora, Yeda Crusius supera em 19 meses as substituições feitas por seus antecessores em quatro anos de governo, descontadas naturalmente as trocas de fim de governo, quando os candidatos saem para concorrer. A crise do Detran arrastou quatro - Ariosto Culau, Delson Martini, Cézar Busatto e Marcelo Cavalcante - , mas a maioria caiu por desgaste nas relações. Se a contabilidade incluir os dois que caíram antes de assumir e mais os dois chefes de gabinete, a média supera uma demissão por mês de governo.
Pelo menos mais duas trocas estão previstas para os próximos dias - na Secretaria-Geral de Governo e na Ciência e Tecnologia. E o governo hesita entre confirmar Ana Severo no Planejamento, mantê-la como interina até a votação do Orçamento ou substituí-la imediatamente.
Tão nociva quanto a manutenção de secretários incompetentes para não comprar briga com os aliados é a instabilidade que dificulta a execução de projetos. É preciso ter muito sangue-frio para trabalhar com dedicação, como trabalha, por exemplo, Ana Severo, sem saber até quando vai a interinidade. Agora mesmo, ela está envolvida com a elaboração do Orçamento, negocia prioridades com os demais secretários, mas convive com a incerteza sobre o futuro.
Uma das explicações para o troca-troca é o estilo da governadora, que costuma falar por metáforas, não tem paciência com os que demoram para compreender suas instruções e não perdoa quando identifica sinais de deslealdade no comportamento dos subordinados. Dos 12 secretários que restam da equipe original de Yeda Crusius, em princípio todos gozam da confiança dela.
Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora
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