Piratini explica a deputados compra de casa
13/08/2008
Dez parlamentares foram ao palácio ouvir advogado de YedaÀs vésperas de o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, apresentar seu parecer sobre as dúvidas que pairam a respeito da compra da casa da governadora Yeda Crusius, o Palácio Piratini decidiu convidar os 55 deputados estaduais a ouvirem explicações sobre a aquisição do imóvel.
O governo justificou a convocação da reunião pelo fato de o PSOL – mesmo partido que solicitou a Da Camino investigação sobre a residência de Yeda – ter tentado desarquivar, nesta semana, um pedido de impeachment contra a governadora na Assembléia Legislativa.
Dez parlamentares atenderam ao chamado feito pelo chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, e se reuniram por aproximadamente uma hora com o advogado do casal Crusius, Paulo Olimpio de Souza. Compareceram apenas deputados da base do governo e Paulo Azeredo, do PDT.
Souza carregava uma pasta preta de couro com o dossiê de defesa entregue a Da Camino. Ele não entregou cópias dos documentos aos deputados e tampouco a repórteres, que não tiveram acesso à reunião.
O advogado manuseou rapidamente os documentos e se limitou a mostrar comprovantes de depósitos de quatro cheques do Banco Sicredi que seriam a comprovação de que a governadora recebeu R$ 180 mil pela venda de seu apartamento em Capão da Canoa – uma das incógnitas na transação. Os comprovantes, datados dos dias 1º e 4 de dezembro de 2006, estão assinados por Delacy Martini, pai do ex-secretário-geral de Governo Delson Martini, afastado do cargo depois de seu nome ser mencionado em escutas telefônicas captadas pela Operação Rodin. Outros R$ 30 mil estariam sendo pagos, em parcelas, por Delacy.
A defesa reafirmou que o valor total da compra da casa da governadora foi de R$ 750 mil e que o contrato foi firmado em 6 de dezembro de 2006. A família teria pago R$ 550 mil pela casa e outros R$ 200 mil somente seriam pagos após o vendedor do imóvel, Eduardo Laranja, comprovar a quitação de dívidas que teria com o Banco Itaú.
Advogado mostrou declarações de IR
O advogado apresentou ao MP de Contas as declarações de Imposto de Renda do marido da governadora, Carlos Crusius, na qual constam os imóveis de Capão da Canoa e um apartamento em Brasília, e de Delacy, na qual apareceria a negociação de 2006. Na documentação apresentada ao MP de Contas, constaria também um laudo contábil de que o casal teria acumulado também R$ 200 mil em recursos, além da venda de um automóvel e de um apartamento em Brasília.
– Apresentei a verdade documental. Não é especulação, não é criação cerebrina. É a verdade efetiva e documentada – disse Souza, que não chegou a ser questionado pelos deputados presentes ao final de sua exposição.
Fonte: Zero Hora
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