Yeda começa a usar recursos de empréstimo
26/09/2008
Dinheiro do Bird foi liberado em momento de alta do dólar
Com a liberação da primeira metade do empréstimo do Banco Mundial (Bird) – US$ 650 milhões (cerca de R$ 1,185 bilhão), o Executivo começou esta semana a pagar dívidas do Estado. O objetivo é usar o financiamento, que tem juro mais barato, para saldar compromissos mais caros. Nos próximos cinco anos, a operação gerará uma economia de R$ 450 milhões para os cofres estaduais.
O dinheiro foi liberado após a Secretaria da Fazenda encaminhar pedido à sede do banco, em Brasília. Hoje, um dos maiores credores receberá os recursos na conta corrente: a Fundação Banrisul de Seguridade Social, à qual serão destinados R$ 946,4 milhões. Haverá também o ressarcimento ao Tesouro do Estado, que desembolsou R$ 158,4 milhões, em maio, para saldar dívidas mobiliárias, o que ajudará a diminuir o desequilíbrio entre despesa e receita.
Na segunda-feira, será paga dívida de R$ 17,7 milhões junto à União referente ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Como a cotação do dólar estava favorável no dia em que foram solicitados os recursos – R$ 1,82, na terça-feira –, sobraram R$ 63 milhões. O saldo extra será utilizado para antecipar o pagamento de parte da dívida do Proes, que começaria a ser saldada somente em 2010.
– Fomos beneficiados por uma conjuntura internacional de valorização do dólar. Conseguiremos trocar mais dívidas – explicou o secretário adjunto da Fazenda, Ricardo Englert.
O pagamento do financiamento começará em 15 de outubro. Segundo estimativa da Fazenda, a primeira parcela deve custar cerca de US$ 1,8 milhão. Uma equipe da secretaria tratará diretamente do empréstimo.
Na tarde de ontem, Englert também apresentou os números das finanças estaduais em setembro. Faltarão R$ 56 milhões para sair do vermelho. A despesa de R$ 1,311 bilhão superou a receita, que deve fechar em R$ 1,255 bilhão. Mesmo assim, o governo devolverá a 5ª parcela dos R$ 403 milhões sacados de fundo que garantiram o 13º salário do funcionalismo em 2007. Ainda não há definição sobre como será o pagamento em 2008.
Por que o câmbio favoreceu o Estado em setembro
1º DE SETEMBRO
Assinatura do empréstimo entre o governo do Estado e o Banco Mundial (Bird)
Câmbio do dia:
US$ 1 = R$ 1,64
US$ 650 milhões = R$ 1,066 bilhão
23 DE SETEMBRO
Liberação da primeira parcela do empréstimo
Câmbio do dia:
US$ 1 = R$ 1,82
US$ 650 milhões = R$ 1,183 bilhão
GANHO
R$ 117 milhões
O QUE O PIRATINI PREVÊ PAGAR
Fundação Banrisul de Seguridade Social
> R$ 946,4 milhões
Tesouro do Estado
> R$ 158,4 milhões
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef)
> R$ 17,7 milhões
Total: R$ 1,12 bilhão
Ao usar os R$ 1,183 bi do empréstimo para pagar esses R$ 1,12 bi, sobram R$ 63 milhões para o Estado quitar já parte de dívida com o Proes prevista para 2010
O QUE DIZ O PIRATINI
> Para o secretário da Fazenda, Aod Cunha, a variação do câmbio no mês de setembro faz parte de uma dinâmica que vai se manifestar ao longo de 30 anos (prazo para quitação do empréstimo junto ao Bird), com valorizações e desvalorizações se compensando mutuamente.
A RESSALVA
> Críticos do acordo, como o vice-governador Paulo Afonso Feijó, haviam apontado risco no fato de o Estado contrair empréstimo em dólar com câmbio desvalorizado e ter de quitá-lo em período de alta da moeda americana.
Fonte: Zero Hora
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