Setor público não pode continuar em crise
04/12/2008
Alceu Moreira
Todos os Grupos de Trabalho que atuaram no Programa Sociedade Convergente, dentro do Fórum Democrático da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, e que levantaram os principais problemas que retardam o desenvolvimento econômico e social do Estado e, agora, estão apresentando seus relatórios, são importantes e realizaram uma tarefa quase fantástica. Um grupo, porém, trabalhou em cima do problema maior e que talvez seja o responsável pelo não-andamento dos demais setores. É o grupo que se reuniu e discutiu as causas e conseqüências da crise estrutural do nosso estado e as alternativas para enfrentá-la. Foram identificados gargalos, divergências e diferenças nas propostas de solução existentes. O desequilíbrio estrutural entre as receitas e despesas públicas tem feito com que o setor público no Estado não possua a mínima capacidade para atender às suas funções precípuas, como disponibilizar à população serviços públicos de qualidade, e ainda menos para induzir o Estado ao desenvolvimento econômico. A infra-estrutura e os instrumentos fiscais e creditícios colocados à disposição do setor produtivo têm sido insuficientes para mobilizar os esforços em direção a investimentos em solo gaúcho. Identificar por que isso ocorre foi a tarefa principal do grupo. Depois, os especialistas, estudaram propostas para enfrentar a atual restrição orçamentária do Estado, tanto pelo lado da despesa pública – propondo o debate sobre o agregado de pessoal, o pagamento da dívida pública e dos precatórios – como pelo lado da arrecadação – com ações concretas no combate à sonegação e a cobrança da dívida ativa, impedindo a concessão de anistias, além do debate sobre a necessidade de um projeto estratégico de desenvolvimento como forma de gerar riqueza e contribuir para superação da crise. Nesse contexto está incluída também a discussão sobre a revisão da política de gastos tributários no Estado, com a verificação da necessidade de critérios para a sua concessão que levem em conta a seletividade e a localização espacial dos incentivos fiscais. Foi sugerido, inclusive, o apoio à proposta de emenda constitucional 233/08, que altera o Sistema Tributário Nacional no tocante aos instrumentos para acabar com a guerra fiscal entre os estados da Federação e para a ampliação dos tributos a serem compartilhados com estados e municípios.
Deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa do RS
(Fonte: Correio do Povo)
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