Os candidatos e o déficit
Editorial Zero Hora
21/07/2006
A atenção dedicada ao déficit público do Estado nos debates iniciais entre candidatos ao governo gaúcho confirma que essa será uma questão central da campanha até outubro. O tema é complexo, de difícil compreensão para a maioria da população e, aparentemente, está longe de despertar interesse entre os eleitores de maneira geral. Até por isso, é importante que os interessados em assumir o Palácio Piratini se esforcem em transmitir com clareza seus planos para enfrentar o impasse. E, ao mesmo tempo, que reforcem a necessidade de o governo estadual se comprometer com metas de equilíbrio das finanças públicas.
Projeções feitas pelos formuladores do chamado Pacto pelo Rio Grande confirmam a necessidade de os futuros governantes se comprometerem, já a partir de janeiro de 2007, em aproximar as despesas das receitas. Na hipótese de as determinações do acordo serem realmente colocadas em prática conforme o texto aprovado pela Assembléia, o Tesouro gaúcho poderia economizar R$ 2,5 bilhões até 2010. É o mínimo, depois de medidas tão duras e difíceis de serem postas em prática, que o setor público precisaria para zerar seu déficit.
Mesmo de difícil obtenção, o resultado financeiro significa apenas um primeiro passo do que precisa ser feito para ordenar o setor público. Depois de um histórico descaso nessa área, o Estado enfrenta hoje uma crise financeira cujas soluções não têm mais como ser adiadas, pois até mesmo a governabilidade corre risco.
Quem quer que seja indicado para gerir o Estado pelos próximos quatro anos não terá como escapar à adoção de providências financeiras rígidas. É importante, por isso, que os candidatos a governador demonstrem objetividade em relação à questão, transmitindo claramente aos eleitores o que pretendem fazer para que o Estado se mantenha financeiramente viável.
Comentário do Afocefe:
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