Rio Grande que queremos
Opinião Jornal do Comércio
22/02/2006
A sociedade rio-grandense começa a mobilizar-se em torno do movimento “O Rio Grande que Queremos - Agenda Estratégica para o Rio Grande do Sul 2006/2020”, lançado, inicialmente, pelas federações empresariais do Estado - Fiergs, Federasul, Farsul, Fecomércio, FCDL -, mas já aprovado e adotado por entidades sindicais patronais e de trabalhadores, líderes políticos, Poder Judiciário, universidades, conselhos regionais de desenvolvimento e meios de comunicação. A idéia é realizar seminários, entre abril e agosto deste ano, com a participação de representantes de toda a sociedade gaúcha para discutir os principais problemas do Rio Grande do Sul e apresentar sugestões para resolvê-los no curto, médio e longo prazo. O importante é que o movimento não tem paternidade exclusiva. Nasceu para ser uma contribuição de todos os gaúchos para a definição do seu futuro e o dos seus filhos. A intenção é pensar nos próximos 15 anos e neles plantar as sementes que garantirão o desenvolvimento econômico, social, cultural e político do futuro do Rio Grande.
Há muito o que fazer, não resta dúvida. Por isso, é preciso pressa. Ainda mais que este é um ano eleitoral, no qual estaremos escolhendo não só um novo governador, mas, também, definindo a Presidência da República, os novos deputados, estaduais e federais, e os senadores. O primeiro seminário para discutir o “Novo Rio Grande” será em abril, o último em agosto. Em cada um, deverão participar, pelo menos, três mil pessoas. Isto significa que a representação será muito boa e terá todas as condições de analisar verdadeiramente os problemas mais graves que entravam nosso desenvolvimento e geram problemas para os gaúchos.
Não é a primeira vez que segmentos sociais reúnem-se para discutir o Rio Grande e apresentar sugestões aos setores responsáveis pela administração pública e pelas decisões econômicas estratégicas. Infelizmente, a maior parte das sugestões anteriores ficou nas gavetas dos administradores. Um dos estudos mais célebres foi o famoso Relatório Sayad, patrocinado pelo setor industrial, mas cujas sugestões nunca foram levadas em consideração. Fatos como este tornam maior a responsabilidade dos que, agora, estão se propondo um novo levantamento de problemas. Fica claro que não bastará elencar as dificuldades e os obstáculos para o crescimento econômico e a criação de melhores condições de vida para os gaúchos. Será preciso despertar vontade política nos administradores atuais e futuros para que ponham em prática as sugestões que sairão dos seminários.
Uma novidade que aumenta as esperanças de um encaminhamento positivo para a Agenda Estratégica do Rio Grande do Sul é que o movimento se propõe à criação de uma Organização Não Governamental (ONG) que teria a responsabilidade de acompanhar o cumprimento da agenda e mobilizar os agentes sociais, públicos e privados, quando ela deixasse de ser obedecida. Os mais pessimistas poderão contestar o poder legal desta ONG, especialmente quanto ao poder público, mas estamos no time dos otimistas que confiam na capacidade e no interesse público dos nossos políticos e dos nossos empreendedores. O melhor exemplo é a própria criação do atual movimento e o apoio que ele vem recebendo de setores como a Assembléia Legislativa, o Tribunal de Justiça e o Executivo, todos conscientes que a situação atual do Rio Grande está muito aquém daquela que todos gostariam de viver. A união de todos é fundamental para a formatação de um novo Rio Grande do Sul, para a estruturação de um modelo efetivo de governança que atinja os objetivos e metas de desenvolvimento para um futuro melhor a todos os gaúchos.
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