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Presidente, é preciso administrar

Rui Otávio de Andrade

19/07/2005
Número excessivo de ministérios, secretarias, fóruns e grupos de trabalho interministeriais, com sobreposição de áreas de atuação e objetivos; programas implantados sem instrumentos de monitoramento, de gestão e avaliação; excesso de burocracias que dificultam a liberação de verbas orçamentárias para o desenvolvimento de projetos e programas; profusão de denúncias de corrupção. Essa pode ser uma descrição do caos administrativo em que estamos.

-------------------------------------------------------------------------------- A via para a solução dos graves problemas é longa. Talvez comece por uma administração pública mais profissional e eficaz --------------------------------------------------------------------------------

Sem nos remeter às questões políticas, a falta de controle da máquina estatal é algo que precisa ser revisto com urgência, caso haja de fato interesse pela superação dos grandes obstáculos que emperram o desenvolvimento do país. A administração do governo federal precisa, urgentemente, definir o seu rumo. Sob o enfoque organizacional, deveria promover uma reorganização estrutural, para evitar sobreposições de funções que levam à inoperância, divergências e contradições de setores que, mesmo com funções distintas, mas por falta de unidade de direção, terminam por adotar programas muitas vezes coincidentes e que, em razão disso, têm seus resultados comprometidos. O governo se perde no encaminhamento dos grandes projetos sociais que existem e que poderiam aliviar a situação de miséria de parte da população se postos em prática de forma eficiente. A organização formal, a unidade de comando e a divisão de trabalho -que facilitariam o controle- ensejariam um ambiente menos propício à corrupção. Como grande instituição que é, o Estado precisa ser administrado mediante processos criativos, políticos e científicos. Embora a administração possua natureza pessoal e algumas vezes intuitiva, existem padrões, modelos e orientações que podem e devem ser seguidos. A ciência da administração estuda modelos de gestão ideais para cada tipo de organização. Esses modelos apresentam um foco sistêmico, com visão integrada do ambiente no qual está inserido; um bom planejamento, com metas, objetivos e estratégias; uma liderança ativa que não deixe dúvidas sobre os objetivos e, principalmente, sobre o comando; uma coordenação eficiente, utilizando os recursos disponíveis de forma transparente e oferecendo serviços com qualidade; e, ainda, um controle, com ferramentas que permitam monitorar, avaliar, corrigir e redirecionar os processos em busca da excelência. São ferramentas que, sem dúvida, contribuiriam de forma significativa na busca de soluções para grande parte dos entraves no labirinto em que se transformou nossa máquina estatal. A implementação de um programa de monitoramento de execução das políticas públicas, por exemplo, permitiria identificar e corrigir problemas, tornando-as mais eficazes e permitindo a permanente verificação de seus objetivos. A prática da ciência administrativa nas entidades públicas permitiria, inclusive, crescimento da arrecadação sem o indesejado aumento da carga tributária, atuando na busca por um controle mais efetivo dos gastos públicos. A manutenção do modelo de administração pública que vimos desenvolvendo ao longo do tempo em nada favorece ao cidadão e ao Estado, haja visto o contínuo desperdício de recursos, o sucateamento da máquina pública, a corrupção e uma série de prejuízos que se refletem em transtornos cotidianos para todos os brasileiros, como a péssima qualidade dos serviços públicos. O Brasil tem uma das piores distribuições de renda e péssimos índices de desenvolvimento social, problemas que, se não combatidos, jamais nos possibilitarão integrar o seleto grupo de países desenvolvidos. O caminho para a solução de tudo que nos mantêm inertes na situação de país em desenvolvimento, com capacidade óbvia de se tornar potência mundial, é longo. Talvez comece pela adoção de uma administração pública mais profissional, eficiente e eficaz. O Brasil conta, hoje, com mais de 1 milhão de egressos de faculdades de administração, administradores reconhecidos nacional e internacionalmente, excelentes escolas de administração pública e de empresas. Se utilizado sabiamente, esse potencial poderá alavancar o choque de gestão demasiadamente propalado, mas pouco implementado. Senhor presidente, administrar com competência política, técnica, ética, científica e justa só é possível por meio de colaboradores e assessores que tenham experiência, seriedade e formação profissional.
-------------------------------------------------------------------------------- Rui Otávio Bernardes de Andrade, 55, mestre em administração pública pela FGV-RJ (Fundação Getúlio Vargas) e doutor em engenharia de produção pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), é presidente do Conselho Federal de Administração. Fonte: Folha de São Paulo Data: 19/07/05

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